terça-feira, 18 de setembro de 2007

A Carochinha

A Carochinha











Era uma vez uma carochinha que achou cinco réis ao varrer a cozinha. Foi comprar laços, fitas e enfeites para se pôr bonita. Pôs-se à janela para ver quem queria casar com ela: - Quem quer casar comigo?

Passou um burro e respondeu-lhe: - Quero eu, quero eu. - Como te chamas? - Om, im om, om im om. - Não serves para casar comigo porque tens uma voz muito grossa.



No outro dia passou um cão e ela tornou a perguntar: - Quem quer casar comigo? - Quero eu, quero eu. - Como te chamas? - Ão, ão, ão. - Não serves para casar comigo porque tens uma voz muito feia.


No outro dia passou um gato e ela tornou a perguntar: - Quem quer casar comigo? - Quero eu, quero eu. - Como te chamas? - Miau, miau, miau. - Não serves para casar comigo porque tens uma voz muito fina.


No outro dia passou um rato e ela tornou a perguntar: - Quem quer casar comigo? - Quero eu, quero eu. - Como te chamas? - Sou o João Ratão.- Ah! Sim. Tu serves para casar comigo.Ora, o João Ratão e a Carochinha lá casaram e foram felizes até que um dia aconteceu uma desgraça. Um domingo, a Carochinha foi à missa e o João Ratão não quis ir, ficando a cuidar da comida. - Não vás mexer no tacho - disse-lhe a Carochinha. Mas o João Ratão, como era muito guloso, foi logo espreitar lá para dentro. Truz, catrapuz, lá caiu o João Ratão para dentro do caldeirão. Veio a Carochinha e não o achou, procurou, procurou, correu a casa toda e nada. Pensou em ir comer sozinha. Quando foi tirar a comida apanhou um grande susto porque viu lá dentro o seu querido marido. Começou a chorar e a dizer: - Ai, meu rico João Ratão, morreu cozido, frito e assado no caldeirão! Ai, meu rico João Ratão, morreu cozido, frito e assado no caldeirão!