domingo, 5 de agosto de 2007

Algumas noções de desenho

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Site da Barbie

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Site Oficial do Harry Potter

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Jogos do Sitio do Pica Pau Amarelo

Dona Benta em Apuros
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Desafio da Emilia
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Separando o lixo com Rabico
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Forca do Conselheiro
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Matematica Espacial
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Contos 1

A Cigarra e a Formiga
Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou: - Ei, formiguinha, para que todo esse trabalho? O verão é para gente aproveitar! O verão é para gente se divertir! - Não, não, não! Nós, formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o inverno. Durante o verão, a cigarra continuou se divertindo e passeando por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar uma folha e comer. Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha carregando outra pesada folha.
A cigarra então aconselhou: - Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos, formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar! A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como sua amiga. Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la se divertindo, olhou feio para ela e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a vidinha boa. A rainha das formigas falou então para a cigarra: - Se não mudar de vida, no inverno você há de se arrepender, cigarra! Vai passar fome e frio. A cigarra nem ligou, fez uma reverência para rainha e comentou: - Hum!! O inverno ainda está longe, querida! Para cigarra, o que importava era aproveitar a vida, e aproveitar o hoje, sem pensar no amanhã. Para que construir um abrigo? Para que armazenar alimento? Pura perda de tempo. Certo dia o inverno chegou, e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater na casa da formiga. Abrindo a porta, a formiga viu na sua frente a cigarra quase morta de frio. Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quente e deliciosa. Naquela hora, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra: - No mundo das formigas, todos trabalham e se você quiser ficar conosco, cumpra o seu dever: toque e cante para nós. Para cigarra e paras formigas, aquele foi o inverno mais feliz das suas vidas.
Os Três Porquinhos
Era uma vez, na época em que os animais falavam, três porquinhos que viviam felizes e despreocupados na casa da mãe.A mãe era ótima, cozinhava, passava e fazia tudo pelos filhos. Porém, dois dos filhos não a ajudavam em nada e o terceiro sofria em ver sua mãe trabalhando sem parar.Certo dia, a mãe chamou os porquinhos e disse: __Queridos filhos, vocês já estão bem crescidos. Já é hora de terem mais responsabilidades para isso, é bom morarem sozinhos. A mãe então preparou um lanche reforçado para seus filhos e dividiu entre os três suas economias para que pudessem comprar material e construírem uma casa. Estava um bonito dia, ensolarado e brilhante. A mãe porca despediu-se dos seus filhos: __Cuidem-se! Sejam sempre unidos! - desejou a mãe. Os três porquinhos, então, partiram pela floresta em busca de um bom lugar para construírem a casa. Porém, no caminho começaram a discordar com relação ao material que usariam para construir o novo lar. Cada porquinho queria usar um material diferente. O primeiro porquinho, um dos preguiçosos foi logo dizendo: __ Não quero ter muito trabalho! Dá para construir uma boa casa com um monte de palha e ainda sobra dinheiro para comprar outras coisas. O porquinho mais sábio advertiu: __ Uma casa de palha não é nada segura. O outro porquinho preguiçoso, o irmão do meio, também deu seu palpite: __ Prefiro uma casa de madeira, é mais resistente e muito prática. Quero ter muito tempo para descansar e brincar. __ Uma casa toda de madeira também não é segura - comentou o mais velho- Como você vai se proteger do frio? E se um lobo aparecer, como vai se proteger? __ Eu nunca vi um lobo por essas bandas e, se fizer frio, acendo uma fogueira para me aquecer! - respondeu o irmão do meio- E você, o que pretende fazer, vai brincar conosco depois da construção da casa?
__Já que cada um vai fazer uma casa, eu farei uma casa de tijolos, que é resistente. Só quando acabar é que poderei brincar. – Respondeu o mais velho. O porquinho mais velho, o trabalhador, pensava na segurança e no conforto do novo lar. Os irmãos mais novos preocupavam-se em não gastar tempo trabalhando. __Não vamos enfrentar nenhum perigo para ter a necessidade de construir uma casa resistente. - Disse um dos preguiçosos. Cada porquinho escolheu um canto da floresta para construir as respectivas casas. Contudo, as casas seriam próximas. O Porquinho da casa de palha, comprou a palha e em poucos minutos construiu sua morada. Já estava descansando quando o irmão do meio, que havia construído a casa de madeira chegou chamando-o para ir ver a sua casa. Ainda era manhã quando os dois porquinhos se dirigiram para a casa do porquinho mais velho, que construía com tijolos sua morada. __Nossa! Você ainda não acabou! Não está nem na metade! Nós agora vamos almoçar e depois brincar. – disse irônico, o porquinho do meio. O porquinho mais velho porém não ligou para os comentários, nem par a as risadinhas, continuou a trabalhar, preparava o cimento e montava as paredes de tijolos. Após três dias de trabalho intenso, a casa de tijolos estava pronta, e era linda! Os dias foram passando, até que um lobo percebeu que havia porquinhos morando naquela parte da floresta. O Lobo sentiu sua barriga roncar de fome, só pensava em comer os porquinhos. Foi então bater na porta do porquinho mais novo, o da casa de palha. O porquinho antes de abrir a porta olhou pela janela e avistando o lobo começou a tremer de medo. O Lobo bateu mais uma vez, o porquinho então, resolveu tentar intimidar o lobo: __ Vá embora! Só abrirei a porta para o meu pai, o grande leão!- mentiu o porquinho cheio de medo. __ Leão é? Não sabia que leão era pai de porquinho. Abra já essa porta. – Disse o lobo com um grito assustador. O porquinho continuou quieto, tremendo de medo. __Se você não abrir por bem, abrirei à força. Eu ou soprar, vou soprar muito forte e sua casa irá voar. O porquinho ficou desesperado, mas continuou resistindo. Até que o lobo soprou um a vez e nada aconteceu, soprou novamente e da palha da casinha nada restou, a casa voou pelos ares. O porquinho desesperado correu em direção à casinha de madeira do seu irmão. O lobo correu atrás. Chagando lá, o irmão do meio estava sentado na varanda da casinha. __Corre, corre entra dentro da casa! O lobo vem vindo! – gritou desesperado, correndo o porquinho mais novo. Os dois porquinhos entraram bem a tempo na casa, o lobo chegou logo atrás batendo com força na porta. Os porquinhos tremiam de medo. O lobo então bateu na porta dizendo:__Porquinhos, deixem eu entrar só um pouquinho! __ De forma alguma Seu Lobo, vá embora e nos deixe em paz.- disseram os porquinhos. __ Então eu vou soprar e soprar e farei a casinha voar. O lobo então furioso e esfomeado, encheu o peito de ar e soprou forte a casinha de madeira que não agüentou e caiu. Os porquinhos aproveitaram a falta de fôlego do lobo e correram para a casinha do irmão mais velho. Chegando lá pediram ajuda ao mesmo. __Entrem, deixem esse lobo comigo!- disse confiante o porquinho mais velho. Logo o lobo chegou e tornou a atormentá-los: __ Porquinhos, porquinhos, deixem-me entrar, é só um pouquinho! __Pode esperar sentado seu lobo mentiroso.- respondeu o porquinho mais velho. __ Já que é assim, preparem-se para correr. Essa casa em poucos minutos irá voar! O lobo encheu seus pulmões de ar e soprou a casinha de tijolos que nada sofreu. Soprou novamente mais forte e nada. Resolveu então se jogar contra a casa na tentativa de derrubá-la. Mas nada abalava a sólida casa. O lobo resolveu então voltar para a sua toca e descansar até o dia seguinte. Os porquinhos assistiram a tudo pela janela do andar superior da casa. Os dois mais novos comemoraram quando perceberam que o lobo foi embora. __ Calma , não comemorem ainda! Esse lobo é muito esperto, ele não desistirá antes de aprende ruma lição.- Advertiu o porquinho mais velho. No dia seguinte bem cedo o lobo estava de volta à casa de tijolos. Disfarçado de vendedor de frutas. __ Quem quer comprar frutas fresquinhas?- gritava o lobo se aproximando da casa de tijolos. Os dois porquinhos mais novos ficaram com muita vontade de comer maçãs e iam abrir a porta quando o irmão mais velho entrou na frente deles e disse: -__ Nunca passou ninguém vendendo nada por aqui antes, não é suspeito que na manhã seguinte do aparecimento do lobo, surja um vendedor? Os irmãos acreditaram que era realmente um vendedor, mas resolveram esperar mais um pouco. O lobo disfarçado bateu novamente na porta e perguntou: __ Frutas fresquinhas, quem vai querer? Os porquinhos responderam: __ Não, obrigado. O lobo insistiu: Tome peguem três sem pagar nada, é um presente. __ Muito obrigado, mas não queremos, temos muitas frutas aqui. O lobo furioso se revelou: __ Abram logo, poupo um de vocês! Os porquinhos nada responderam e ficaram aliviados por não terem caído na mentira do falso vendedor. De repente ouviram um barulho no teto. O lobo havia encostado uma escada e estava subindo no telhado. Imediatamente o porquinho mais velho aumentou o fogo da lareira, na qual cozinhavam uma sopa de legumes. O lobo se jogou dentro da chaminé, na intenção de surpreender os porquinho entrando pela lareira. Foi quando ele caiu bem dentro do caldeirão de sopa fervendo. ___AUUUUUUU!- Uivou o lobo de dor, saiu correndo em disparada em direção à porta e nunca mais foi visto por aquelas terras. Os três porquinhos, pois, decidiram morar juntos daquele dia em diante. Os mais novos concordaram que precisavam trabalhar além de descansar e brincar. Pouco tempo depois, a mãe dos porquinhos não agüentando as saudades, foi morar com os filhos.Todos viveram felizes e em harmonia na linda casinha de tijolos.
A Galinha dos Ovos de Ouro
Certa manhã, um fazendeiro descobriu que sua galinha tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o à mulher, dizendo:_ Veja! Estamos ricos! Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preço. Na manhã seguinte, a galinha tinha posto outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preço.E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria. Até que pensou: "Se esta galinha põe ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro!" Matou a galinha e ficou admirado pois, por dentro, a galinha era igual a qualquer outra. EsopoQuem tudo quer tudo perde.
João e Maria
Às margens de uma extensa mata existia, há muito tempo, uma cabana pobre, feita de troncos de árvore, na qual morava um lenhador com sua segunda esposa e seus dois filhinhos, nascidos do primeiro casamento. O garoto chamava-se João e a menina, Maria.A vida sempre fora difícil na casa do lenhador, mas naquela época as coisas haviam piorado ainda mais: não havia comida para todos.— Minha mulher, o que será de nós? Acabaremos todos por morrer de necessidade. E as crianças serão as primeiras…— Há uma solução… — disse a madrasta, que era muito malvada. — Amanhã daremos a João e Maria um pedaço de pão, depois os levaremos à mata e lá os abandonaremos.O lenhador não queria nem ouvir falar de um plano tão cruel, mas a mulher, esperta e insistente, conseguiu convencê-lo.No aposento ao lado, as duas crianças tinham escutado tudo, e Maria desatou a chorar.— Não chore — tranqüilizou-a o irmão — Tenho uma idéia.Esperou que os pais estivessem dormindo, saiu da cabana, catou um punhado de pedrinhas brancas que brilhavam ao clarão da lua e as escondeu no bolso. Depois voltou para a cama.No dia seguinte, ao amanhecer, a madrasta acordou as crianças.As crianças foram com o pai e a madrasta cortar lenha na floresta e lá foram abandonadas.João havia marcado o caminho com as pedrinhas e, ao anoitecer, conseguiram voltar para casa.O pai ficou contente, mas a madrasta, não. Mandou-os dormir e trancou a porta do quarto. Como era malvada, ela planejou levá-los ainda mais longe no dia seguinte.João ouviu a madrasta novamente convencendo o pai a abandoná-los, mas desta vez não conseguiu sair do quarto para apanhar as pedrinhas, pois sua madrasta havia trancado a porta. Maria desesperada só chorava. João pediu-lhe para ficar calma e ter fé em Deus. Antes de saírem para o passeio, receberam para comer um pedaço de pão velho. João, em vez de comer o pão, guardou-o.Ao caminhar para a floresta, João jogava as migalhas de pão no chão, para marcar o caminho da volta.Chegando a uma clareira, a madrasta ordenou que esperassem até que ela colhesse algumas frutas, por ali. Mas eles esperaram em vão. Ela os tinha abandonado mesmo!- Não chore Maria, disse João. Agora, só temos é que seguir a trilha que eu fiz até aqui, e ela está toda marcada com as migalhas do pão. Só que os passarinhos tinham comido todas as migalhas de pão deixadas no caminho.
As crianças andaram muito até que chegaram a uma casinha toda feita com chocolate, biscoitos e doces. Famintos, correram e começaram a comer. De repente, apareceu uma velhinha, dizendo: - Entrem, entrem, entrem, que lá dentro tem muito mais para vocês. Mas a velhinha era uma bruxa que os deixou comer bastante até cairem no sono e confortáveis caminhas. Quando as crianças acordaram, achavam que estavam no céu, parecia tudo perfeito. Porém a velhinha era uma bruxa malvada que e aprisionou João numa jaula para que ele engordasse. Ela queria devorá-lo bem gordo. E fez da pobre e indefesa Maria, sua escrava. Todos os dias João tinha que mostrar o dedo para que ela sentisse se ele estava engordando. O menino, muito esperto, percebendo que a bruxa enxergava pouco, mostrava-lhe um ossinho de galinha. E ela ficava furiosa, reclamava com Maria:- Esse menino, não há meio de engordar. - Dê mais comida para ele! Passaram-se alguns dias até que numa manhã assim que a bruxa acordou, cansada de tanto esperar, foi logo gritando:- Hoje eu vou fazer uma festança. - Maria, ponha um caldeirão bem grande, com água até a boca para ferver. - Dê bastante comida paro seu o irmão, pois é hoje que eu vou comê-lo ensopado. Assustada, Maria começou a chorar. — Acenderei o forno também, pois farei um pão para acompanhar o ensopado. Disse a bruxa. Ela empurrou Maria para perto do forno e disse: _Entre e veja se o forno está bem quente para que eu possa colocar o pão.A bruxa pretendia fechar o forno quando Maria estivesse lá dentro, para assá-la e comê-la também. Mas Maria percebeu a intenção da bruxa e disse:- Ih! Como posso entrar no forno, não sei como fazer? - Menina boba! disse a bruxa. Há espaço suficiente, até eu poderia passar por ela.A bruxa se aproximou e colocou a cabeça dentro do forno. Maria, então, deu-lhe um empurrão e ela caiu lá dentro . A menina, então, rapidamente trancou a porta do forno deixando que a bruxa morresse queimada.Mariazinha foi direto libertar seu irmão.Estavam muito felizes e tiveram a idéia de pegarem o tesouro que a bruxa guardava e ainda algumas guloseimas .Encheram seus bolsos com tudo que conseguiram e partiram rumo a floresta.Depois de muito andarem atravessaram um grande lago com a ajuda de um cisne.Andaram mais um pouco e começaram a reconhecer o caminho. Viram de longe a pequena cabana do pai.Ao chegarem na cabana encontraram o pai triste e arrependido. A madrasta havia morrido de fome e o pai estava desesperado com o que fez com os filhos.Quando os viu, o pai ficou muito feliz e foi correndo abraça-los. Joãozinho e Maria mostraram-lhe toda a fortuna que traziam nos seus bolsos, agora não haveria mais preocupação com dinheiro e comida e assim foram felizes para sempre.
Rapunzel
Era uma vez um casal que há muito tempo desejava inutilmente ter um filho. Os anos se passavam, e seu sonho não se realizava. Afinal, um belo dia, a mulher percebeu que Deus ouvira suas preces. Ela ia ter uma criança!Por uma janelinha que havia na parte dos fundos da casa deles, era possível ver, no quintal vizinho, um magnífico jardim cheio das mais lindas flores e das mais viçosas hortaliças. Mas em torno de tudo se erguia um muro altíssimo, que ninguém se atrevia a escalar. Afinal, era a propriedade de uma feiticeira muito temida e poderosa. Um dia, espiando pela janelinha, a mulher se admirou ao ver um canteiro cheio dos mais belos pés de rabanete que jamais imaginara. As folhas eram tão verdes e fresquinhas que abriram seu apetite. E ela sentiu um enorme desejo de provar os rabanetes.A cada dia seu desejo aumentava mais. Mas ela sabia que não havia jeito de conseguir o que queria e por isso foi ficando triste, abatida e com um aspecto doentio, até que um dia o marido se assustou e perguntou:— O que está acontecendo contigo, querida? — Ah! — respondeu ela. — Se não comer um rabanete do jardim da feiticeira, vou morrer logo, logo! O marido, que a amava muito, pensou: “Não posso deixar minha mulher morrer… Tenho que conseguir esses rabanetes, custe o que custar!” Ao anoitecer, ele encostou uma escada no muro, pulou para o quintal vizinho, arrancou apressadamente um punhado de rabanetes e levou para a mulher. Mais que depressa, ela preparou uma salada que comeu imediatamente, deliciada. Ela achou o sabor da salada tão bom, mas tão bom, que no dia seguinte seu desejo de comer rabanetes ficou ainda mais forte. Para sossegá-la, o marido prometeu-lhe que iria buscar mais um pouco.Quando a noite chegou, pulou novamente o muro mas, mal pisou no chão do outro lado, levou um tremendo susto: de pé, diante dele, estava a feiticeira.— Como se atreve a entrar no meu quintal como um ladrão, para roubar meus rabanetes? — perguntou ela com os olhos chispando de raiva. — Vai ver só o que te espera! — Oh! Tenha piedade! — implorou o homem. — Só fiz isso porque fui obrigado! Minha mulher viu seus rabanetes pela nossa janela e sentiu tanta vontade de comê-los, mas tanta vontade, que na certa morrerá se eu não levar alguns! A feiticeira se acalmou e disse: — Se é assim como diz, deixo você levar quantos rabanetes quiser, mas com uma condição: irá me dar a criança que sua mulher vai ter. Cuidarei dela como se fosse sua própria mãe, e nada lhe faltará.O homem estava tão apavorado, que concordou. Pouco tempo depois, o bebê nasceu. Era uma menina. A feiticeira surgiu no mesmo instante, deu à criança o nome de Rapunzel e levou-a embora.Rapunzel cresceu e se tomou a mais linda criança sob o sol. Quando fez doze anos, a feiticeira trancou-a no alto de uma torre, no meio da floresta. A torre não possuía nem escada, nem porta: apenas uma janelinha, no lugar mais alto. Quando a velha desejava entrar, ficava embaixo da janela e gritava:— Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças! Rapunzel tinha magníficos cabelos compridos, finos como fios de ouro. Quando ouvia o chamado da velha, abria a janela, desenrolava as tranças e jogava-as para fora. As tranças caíam vinte metros abaixo, e por elas a feiticeira subia. Alguns anos depois, o filho do rei estava cavalgando pela floresta e passou perto da torre. Ouviu um canto tão bonito que parou, encantado.Rapunzel, para espantar a solidão, cantava para si mesma com sua doce voz.Imediatamente o príncipe quis subir, procurou uma porta por toda parte, mas não encontrou. Inconformado, voltou para casa. Mas o maravilhoso canto tocara seu coração de tal maneira que ele começou a ir para a floresta todos os dias, querendo ouvi-lo outra vez.Em uma dessas vezes, o príncipe estava descansando atrás de uma árvore e viu a feiticeira aproximar-se da torre e gritar: “Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!”. E viu quando a feiticeira subiu pelas tranças. “É essa a escada pela qual se sobe?”, pensou o príncipe. “Pois eu vou tentar a sorte…”.No dia seguinte, quando escureceu, ele se aproximou da torre e, bem embaixo da janelinha, gritou: — Rapunzel, Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças! As tranças caíram pela janela abaixo, e ele subiu. Rapunzel ficou muito assustada ao vê-lo entrar, pois jamais tinha visto um homem. Mas o príncipe falou-lhe com muita doçura e contou como seu coração ficara transtornado desde que a ouvira cantar, explicando que não teria sossego enquanto não a conhecesse.
Rapunzel foi se acalmando, e quando o príncipe lhe perguntou se o aceitava como marido, reparou que ele era jovem e belo, e pensou: “Ele é mil vezes preferível à velha senhora…”. E, pondo a mão dela sobre a dele, respondeu: — Sim! Eu quero ir com você! Mas não sei como descer… Sempre que vier me ver, traga uma meada de seda. Com ela vou trançar uma escada e, quando ficar pronta, eu desço, e você me leva no seu cavalo. Combinaram que ele sempre viria ao cair da noite, porque a velha costumava vir durante o dia. Assim foi, e a feiticeira de nada desconfiava até que um dia Rapunzel, sem querer, perguntou a ela: — Diga-me, senhora, como é que lhe custa tanto subir, enquanto o jovem filho do rei chega aqui num instantinho? — Ah, menina ruim! — gritou a feiticeira. — Pensei que tinha isolado você do mundo, e você me engana! Na sua fúria, agarrou Rapunzel pelo cabelos e esbofeteou-a. Depois, com a outra mão, pegou uma tesoura e tec, tec! cortou as belas tranças, largando-as no chão. Não contente, a malvada levou a pobre menina para um deserto e abandonou-a ali, para que sofresse e passasse todo tipo de privação. Na tarde do mesmo dia em que Rapunzel foi expulsa, a feiticeira prendeu as longas tranças num gancho da janela e ficou esperando. Quando o príncipe veio e chamou: “Rapunzel! Rapunzel! Joga abaixo tuas tranças!”, ela deixou as tranças caírem para fora e ficou esperando. Ao entrar, o pobre rapaz não encontrou sua querida Rapunzel, mas sim a terrível feiticeira. Com um olhar chamejante de ódio, ela gritou zombeteira: — Ah, ah! Você veio buscar sua amada? Pois a linda avezinha não está mais no ninho, nem canta mais! O gato apanhou-a, levou-a, e agora vai arranhar os seus olhos! Nunca mais você verá Rapunzel! Ela está perdida para você! Ao ouvir isso, o príncipe ficou fora de si e, em seu desespero, se atirou pela janela. O jovem não morreu, mas caiu sobre espinhos que furaram seus olhos e ele ficou cego. Desesperado, ficou perambulando pela floresta, alimentando-se apenas de frutos e raízes, sem fazer outra coisa que se lamentar e chorar a perda da amada. Passaram-se os anos. Um dia, por acaso, o príncipe chegou ao deserto no qual Rapunzel vivia, na maior tristeza, com seus filhos gêmeos, um menino e uma menina, que haviam nascido ali. Ouvindo uma voz que lhe pareceu familiar, o príncipe caminhou na direção de Rapunzel. Assim que chegou perto, ela logo o reconheceu e se atirou em seus braços, a chorar. Duas das lágrimas da moça caíram nos olhos dele e, no mesmo instante, o príncipe recuperou a visão e ficou enxergando tão bem quanto antes. Então, levou Rapunzel e as crianças para seu reino, onde foram recebidos com grande alegria. Ali viveram felizes e contentes.
Chapeuzinho Vermelho
Era uma vez, numa pequena cidade às margens da floresta, uma menina de olhos negros e louros cabelos cacheados, tão graciosa quanto valiosa.Um dia, com um retalho de tecido vermelho, sua mãe costurou para ela uma curta capa com capuz; ficou uma belezinha, combinando muito bem com os cabelos louros e os olhos negros da menina. Daquele dia em diante, a menina não quis mais saber de vestir outra roupa, senão aquela e, com o tempo, os moradores da vila passaram a chamá-la de “Chapeuzinho Vermelho”. Além da mãe, Chapeuzinho Vermelho não tinha outros parentes, a não ser uma avó bem velhinha, que nem conseguia mais sair de casa. Morava numa casinha, no interior da mata. De vez em quando ia lá visitá-la com sua mãe, e sempre levavam alguns mantimentos.Um dia, a mãe da menina preparou algumas broas das quais a avó gostava muito mas, quando acabou de assar os quitutes, estava tão cansada que não tinha mais ânimo para andar pela floresta e levá-las para a velhinha. Então, chamou a filha: — Chapeuzinho Vermelho, vá levar estas broinhas para a vovó, ela gostará muito. Disseram-me que há alguns dias ela não passa bem e, com certeza, não tem vontade de cozinhar. — Vou agora mesmo, mamãe. — Tome cuidado, não pare para conversar com ninguém e vá direitinho, sem desviar do caminho certo. Há muitos perigos na floresta! — Tomarei cuidado, mamãe, não se preocupe. A mãe arrumou as broas em um cesto e colocou também um pote de geléia e um tablete de manteiga. A vovó gostava de comer as broinhas com manteiga fresquinha e geléia. Chapeuzinho Vermelho pegou o cesto e foi embora. A mata era cerrada e escura. No meio das árvores somente se ouvia o chilrear de alguns pássaros e, ao longe, o ruído dos machados dos lenhadores. A menina ia por uma trilha quando, de repente, apareceu-lhe na frente um lobo enorme, de pêlo escuro e olhos brilhantes. Olhando para aquela linda menina, o lobo pensou que ela devia ser macia e saborosa. Queria mesmo devorá-la num bocado só. Mas não teve coragem, temendo os cortadores de lenha que poderiam ouvir os gritos da vítima. Por isso, decidiu usar de astúcia. — Bom dia, linda menina — disse com voz doce. — Bom dia — respondeu Chapeuzinho Vermelho. — Qual é seu nome? — Chapeuzinho Vermelho. — Um nome bem certinho para você. Mas diga-me, Chapeuzinho Vermelho, onde está indo assim tão só? — Vou visitar minha avó, que não está muito bem de saúde. — Muito bem! E onde mora sua avó? — Mais além, no interior da mata. — Explique melhor, Chapeuzinho Vermelho. — Numa casinha com as venezianas verdes, logo29 após o velho engenho de açúcar. O lobo teve uma idéia e propôs: — Gostaria de ir também visitar sua avó doente. Vamos fazer uma aposta, para ver quem chega primeiro. Eu irei por aquele atalho lá abaixo, e você poderá seguir por este. Chapeuzinho Vermelho aceitou a proposta. — Um, dois, três, e já! — gritou o lobo. Conhecendo a floresta tão bem quanto seu nariz, o lobo escolhera para ele o trajeto mais breve, e não demorou muito para alcançar a casinha da vovó. Bateu à porta o mais delicadamente possível, com suas enormes patas. — Quem é? — perguntou a avó. O lobo fez uma vozinha doce, doce, para responder: — Sou eu, sua netinha, vovó. Trago broas feitas em casa, um vidro de geléia e manteiga fresca. A boa velhinha, que ainda estava deitada, respondeu: — Puxe a tranca, e a porta se abrirá. O lobo entrou, chegou ao meio do quarto com um só pulo e devorou a pobre vovozinha, antes que ela pudesse gritar. Em seguida, fechou a porta. Enfiou-se embaixo das cobertas e ficou à espera de Chapeuzinho Vermelho. A essa altura, Chapeuzinho Vermelho já tinha esquecido do lobo e da aposta sobre quem chegaria primeiro. Ia andando devagar pelo atalho, parando aqui e acolá: ora era atraída por uma árvore carregada de pitangas, ora ficava observando o vôo de uma borboleta, ou ainda um ágil esquilo. Parou um pouco para colher um maço de flores do campo, encantou-se a observar uma procissão de formigas e correu atrás de uma joaninha. Finalmente, chegou à casa da vovó e bateu de leve na porta. — Quem está aí? — perguntou o lobo, esquecendo de disfarçar a voz. Chapeuzinho Vermelho se espantou um pouco com a voz rouca, mas pensou que fosse porque a vovó ainda estava gripada. — É Chapeuzinho Vermelho, sua netinha. Estou trazendo broinhas, um pote de geléia e manteiga bem fresquinha! Mas aí o lobo se lembrou de afinar a voz cavernosa antes de responder: — Puxe o trinco, e a porta se abrirá. — Chapeuzinho Vermelho puxou o trinco e abriu a porta. O lobo estava escondido, embaixo das cobertas, só deixando aparecer a touca que a vovó usava para dormir. Coloque as broinhas, a geléia e a manteiga no armário, minha querida netinha, e venha aqui até a minha cama. Tenho muito frio, e você me ajudará a me aquecer um pouquinho. Chapeuzinho Vermelho obedeceu e se enfiou embaixo das cobertas. Mas estranhou o aspecto da avó. Antes de tudo, estava muito peluda! Seria efeito da doença? E foi reparando: — Oh, vovozinha, que braços longos você tem! — São para abraçá-la melhor, minha querida menina! — Oh, vovozinha, que olhos grandes você tem! — São para enxergar também no escuro, minha menina! — Oh, vovozinha, que orelhas compridas você tem! — São para ouvir tudo, queridinha! — Oh, vovozinha, que boca enorme você tem! — É para engolir você melhor!!! Assim dizendo, o lobo mau deu um pulo e, num movimento só, comeu a pobre Chapeuzinho Vermelho.
— Agora estou realmente satisfeito — resmungou o lobo. Estou até com vontade de tirar uma soneca, antes de retomar meu caminho. Voltou a se enfiar embaixo das cobertas, bem quentinho. Fechou os olhos e, depois de alguns minutos, já roncava. E como roncava! Uma britadeira teria feito menos barulho. Algumas horas mais tarde, um caçador passou em frente à casa da vovó, ouviu o barulho e pensou: “Olha só como a velhinha ronca! Estará passando mal!? Vou dar uma espiada.” Abriu a porta, chegou perto da cama e… quem ele viu? O lobo, que dormia como uma pedra, com uma enorme barriga parecendo um grande balão! O caçador ficou bem satisfeito. Há muito tempo estava procurando esse lobo, que já matara muitas ovelhas e cabritinhos. — Afinal você está aqui, velho malandro! Sua carreira terminou. Já vai ver! Enfiou os cartuchos na espingarda e estava pronto para31 atirar, mas então lhe pareceu que a barriga do lobo estava se mexendo e pensou: “Aposto que este danado comeu a vovó, sem nem ter o trabalho de mastigá-la! Se foi isso, talvez eu ainda possa ajudar!”. Guardou a espingarda, pegou a tesoura e, bem devagar, bem de leve, começou a cortar a barriga do lobo ainda adormecido. Na primeira tesourada, apareceu um pedaço de pano vermelho, na segunda, uma cabecinha loura, na terceira, Chapeuzinho Vermelho pulou fora. — Obrigada, senhor caçador, agradeço muito por ter me libertado. Estava tão apertado lá dentro, e tão escuro… Faça outro pequeno corte, por favor, assim poderá libertar minha avó, que o lobo comeu antes de mim. O caçador recomeçou seu trabalho com a tesoura, e da barriga do lobo saiu também a vovó, um pouco estonteada, meio sufocada, mas viva. — E agora? — perguntou o caçador. — Temos de castigar esse bicho como ele merece! Chapeuzinho Vermelho foi correndo até a beira do córrego e apanhou uma grande quantidade de pedras redondas e lisas. Entregou-as ao caçador que arrumou tudo bem direitinho, dentro da barriga do lobo, antes de costurar os cortes que havia feito. Em seguida, os três saíram da casa, se esconderam entre as árvores e aguardaram. Mais tarde, o lobo acordou com um peso estranho no estômago. Teria sido indigesta a vovó? Pulou da cama e foi beber água no córrego, mas as pedras pesavam tanto que, quando se abaixou, ele caiu na água e ficou preso no fundo do córrego. O caçador foi embora contente e a vovó comeu com gosto as broinhas. Chapeuzinho Vermelho prometeu a si mesma nunca mais esquecer os conselhos da mamãe: “Não pare para conversar com ninguém, e vá em frente pelo seu — caminho”.
O Soldadinho de Chumbo
Numa loja de brinquedos havia uma caixa de papelão com vinte e cinco soldadinhos de chumbo, todos iguaizinhos, pois haviam sido feitos com o mesmo molde. Apenas um deles era perneta: como fora o último a ser fundido, faltou chumbo para completar a outra perna. Mas o soldadinho perneta logo aprendeu a ficar em pé sobre a única perna e não fazia feio ao lado dos irmãos.Esses soldadinhos de chumbo eram muito bonitos e elegantes, cada qual com seu fuzil ao ombro, a túnica escarlate, calça azul e uma bela pluma no chapéu. Além disso, tinham feições de soldados corajosos e cumpridores do dever.Os valorosos soldadinhos de chumbo aguardavam o momento em que passariam a pertencer a algum menino.Chegou o dia em que a caixa foi dada de presente de aniversário a um garoto. Foi o presente de que ele mais gostou: — Que lindos soldadinhos! — exclamou maravilhado. E os colocou enfileirados sobre a mesa, ao lado dos outros brinquedos. O soldadinho de uma perna só era o último da fileira. Ao lado do pelotão de chumbo se erguia um lindo castelo de papelão, um bosque de árvores verdinhas e, em frente, havia um pequeno lago feito de um pedaço de espelho. A maior beleza, porém, era uma jovem que estava em pé na porta do castelo. Ela também era de papel, mas vestia uma saia de tule bem franzida e uma blusa bem justa. Seu lindo rostinho era emoldurado por longos cabelos negros, presos por uma tiara enfeitada com uma pequenina pedra azul. A atraente jovem era uma bailarina, por isso mantinha os braços erguidos em arco sobre a cabeça. Com uma das pernas dobrada para trás, tão dobrada, mas tão dobrada, que acabava escondida pela saia de tule. O soldadinho a olhou longamente e logo se apaixonou, e pensando que, tal como ele, aquela jovem tão linda tivesse uma perna só. “Mas é claro que ela não vai me querer para marido”, pensou entristecido o soldadinho, suspirando. “Tão elegante, tão bonita… Deve ser uma princesa. E eu? Nem cabo sou, vivo numa caixa de papelão, junto com meus vinte e quatro irmãos”. À noite, antes de deitar, o menino guardou os soldadinhos na caixa, mas não percebeu que aquele de uma perna só caíra atrás de uma grande cigarreira. Quando os ponteiros do relógio marcaram meia-noite, todos os brinquedos se animaram e começaram a aprontar mil e uma. Uma enorme bagunça! As bonecas organizaram um baile, enquanto o giz da lousa desenhava bonequinhos nas paredes. Os soldadinhos de chumbo, fechados na caixa, golpeavam a tampa para sair e participar da festa, mas continuavam prisioneiros. Mas o soldadinho de uma perna só e a bailarina não saíram do lugar em que haviam sido colocados.
Ele não conseguia parar de olhar aquela maravilhosa criatura. Queria ao menos tentar conhecê-la, para ficarem amigos. De repente, se ergueu da cigarreira um homenzinho muito mal-encarado. Era um gênio ruim, que só vivia pensando em maldades. Assim que ele apareceu, todos os brinquedos pararam amedrontados, pois já sabiam de quem se tratava. O geniozinho olhou a sua volta e viu o soldadinho, deitado atrás da cigarreira. — Ei, você aí, por que não está na caixa, com seus irmãos? — gritou o monstrinho. Fingindo não escutar, o soldadinho continuou imóvel, sem desviar os olhos da bailarina. — Amanhã vou dar um jeito em você, você vai ver! - gritou o geniozinho enfezado. Depois disso, pulou de cabeça na cigarreira, levantando uma nuvem que fez todos espirrarem. Na manhã seguinte, o menino tirou os soldadinhos de chumbo da caixa, recolheu aquele de uma perna só, que estava caído atrás da cigarreira, e os arrumou perto da janela. O soldadinho de uma perna só, como de costume, era o último da fila. De repente, a janela se abriu, batendo fortemente as venezianas. Teria sido o vento, ou o geniozinho maldoso? E o pobre soldadinho caiu de cabeça na rua. O menino viu quando o brinquedo caiu pela janela e foi correndo procurá-lo na rua. Mas não o encontrou. Logo se consolou: afinal, tinha ainda os outros soldadinhos, e todos com duas pernas. Para piorar a situação, caiu um verdadeiro temporal. Quando a tempestade foi cessando, e o céu limpou um pouco, chegaram dois moleques. Eles se divertiam, pisando com os pés descalços nas poças de água. Um deles viu o soldadinho de chumbo e exclamou: — Olhe! Um soldadinho! Será que alguém jogou fora porque ele está quebrado? — É, está um pouco amassado. Deve ter vindo com a enxurrada. — Não, ele está só um pouco sujo. — O que nós vamos fazer com um soldadinho só? Precisaríamos pelo menos meia dúzia, para organizar uma batalha. — Sabe de uma coisa? — Disse o primeiro garoto. —Vamos colocá-lo num barco e mandá-lo dar a volta ao mundo. E assim foi. Construíram um barquinho com uma folha de jornal, colocaram o soldadinho dentro dele e soltaram o barco para navegar na água que corria pela sarjeta. Apoiado em sua única perna, com o fuzil ao ombro, o soldadinho de chumbo procurava manter o equilíbrio. O barquinho dava saltos e esbarrões na água lamacenta, acompanhado pelos olhares dos dois moleques que, entusiasmados com a nova brincadeira, corriam pela calçada ao lado. Lá pelas tantas, o barquinho foi jogado para dentro de um bueiro e continuou seu caminho, agora subterrâneo, em uma imensa escuridão. Com o coração batendo fortemente, o soldadinho voltava todos seus pensamentos para a bailarina, que talvez nunca mais pudesse ver. De repente, viu chegar em sua direção um enorme rato de esgoto, olhos fosforescente e um horrível rabo fino e comprido, que foi logo perguntando: — Você tem autorização para navegar? Então? Ande, mostre-a logo, sem discutir. O soldadinho não respondeu, e o barquinho continuou seu incerto caminho, arrastado pela correnteza. Os gritos do rato do esgoto exigindo a autorização foram ficando cada vez mais distantes. Enfim, o soldadinho viu ao longe uma luz, e respirou aliviado; aquela viagem no escuro não o agradava nem um pouco. Mal sabia ele que, infelizmente, seus problemas não haviam acabado. A água do esgoto chegara a um rio, com um grande salto; rapidamente, as águas agitadas viraram o frágil barquinho de papel. O barquinho virou, e o soldadinho de chumbo afundou. Mal tinha chegado ao fundo, apareceu um enorme peixe que, abrindo a boca, engoliu-o. O soldadinho se viu novamente numa imensa escuridão, espremido no estômago do peixe. E não deixava de pensar em sua amada: “O que estará fazendo agora sua linda bailarina? Será que ainda se lembra de mim?”. E, se não fosse tão destemido, teria chorado lágrimas de chumbo, pois seu coração sofria de paixão. Passou-se muito tempo — quem poderia dizer quanto? E, de repente, a escuridão desapareceu e ele ouviu quando falavam: — Olhe! O soldadinho de chumbo que caiu da janela! Sabem o que aconteceu? O peixe havia sido fisgado por um pescador, levado ao mercado e vendido a uma cozinheira. E, por cúmulo da coincidência, não era qualquer cozinheira, mas sim a que trabalhava na casa do menino que ganhara o soldadinho no aniversário. Ao limpar o peixe, a cozinheira encontrara dentro dele o soldadinho, do qual se lembrava muito bem, por causa daquela única perna. Levou-o para o garotinho, que fez a maior festa ao revê-lo. Lavou-o com água e sabão, para tirar o fedor de peixe, e endireitou a ponta do fuzil, que amassara um pouco durante aquela aventura. Limpinho e lustroso, o soldadinho foi colocado sobre a mesma mesa em que estava antes de voar pela janela. Nada estava mudado. O castelo de papel, o pequeno bosque de árvores muito verdes, o lago reluzente feito de espelho. E, na porta do castelo, lá estava ela, a bailarina: sobre uma perna só, com os braços erguidos acima da cabeça, mais bela do que nunca. O soldadinho olhou para a bailarina, ainda mais apaixonado, ela olhou para ele, mas não trocaram palavra alguma. Ele desejava conversar, mas não ousava. Sentia-se feliz apenas por estar novamente perto dela e poder amá-la. Se pudesse, ele contaria toda sua aventura; com certeza a linda bailarina iria apreciar sua coragem. Quem sabe, até se casaria com ele…Enquanto o soldadinho pensava em tudo isso, o garotinho brincava tranqüilo com o pião. De repente como foi, como não foi — é caso de se pensar se o geniozinho ruim da cigarreira não metera seu nariz —, o garotinho agarrou o soldadinho de chumbo e atirou-o na lareira, onde o fogo ardia intensamente. O pobre soldadinho viu a luz intensa e sentiu um forte calor. A única perna estava amolecendo e a ponta do fuzil envergava para o lado. As belas cores do uniforme, o vermelho escarlate da túnica e o azul da calça perdiam suas tonalidades. O soldadinho lançou um último olhar para a bailarina, que retribuiu com silêncio e tristeza. Ele sentiu então que seu coração de chumbo começava a derreter — não só pelo calor, mas principalmente pelo amor que ardia nele. Naquele momento, a porta escancarou-se com violência, e uma rajada de vento fez voar a bailarina de papel diretamente para a lareira, bem junto ao soldadinho. Bastou uma labareda e ela desapareceu. O soldadinho também se dissolveu completamente. No dia seguinte. a arrumadeira, ao limpar a lareira, encontrou no meio das cinzas um pequenino coração de chumbo: era tudo que restara do soldadinho, fiel até o último instante ao seu grande amor. Da pequena bailarina de papel só restou a minúscula pedra azul da tiara, que antes brilhava em seus longos cabelos negros.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Vamos Colorir






Vamos

VAMOS MONTAR O QUEBRA CABEÇA

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TRAÇO A TRAÇO Aprenda a desenhar

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BAU DE BRINCADEIRAS

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UMA DELICIA DE PAGINA

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TOQUE BATERIA

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Toque suas músicas clicando com o mouse

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CALCULADORA

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O SUPER HEROI

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VESTIR A ALICE

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FAZENDINHA

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PASSARINHOS

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METAMORFOSE

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LENDAS 3

Begorotire - O Homem Chuva
Begorotire era um índio feliz. Certo dia, porém, havendo sido injustiçado na divisão da caça, ficou furioso, decidindo que sairia à procura de outro lugar para viver. Cortou os cabelos da esposa e da filha, pintando toda a família com uma tintura preta que havia retirado do fruto do jenipapo. Pegou um pedaço de madeira pesada e resistente, fazendo a primeira borduna Caiapó, com o cabo trançado em preto e a ponta tingida com sangue da caça. Chegou então ao alto de uma montanha, levando sua arma, e começou a gritar. Seus gritos soaram como fortes trovões. Girou fortemente a borduna no ar e de suas pontas saíram relâmpagos. Em meio ao barulho e às luzes, Begorotire subiu aos céus. Os índios assustados atiraram suas flechas, mas nada conseguiu impedir que o índio desaparecesse no firmamento.
As nuvens, também assustadas, derramaram chuva. Por isso Begorotire tornou-se o homem chuva. Tempos depois, levou toda a família para o céu, onde nada lhes faltava, e de lá muito fez para ajudar os que na terra ficaram. Juntos sementes de suas fartas roças, secou-as sobre o girau, entregando-as a uma filha para trazê-las. A índia desceu dentro de uma cabaça enorme amarrada a uma longa corda, tecida com as próprias ramas do vegetal. Caminhando pela floresta, um jovem encontrou a cabaça, amarrou-a com os cipós e pedaços de madeira e, com ajuda dos amigos levou-a para a aldeia. A mãe, abrindo a cabaça, encontrou a índia, a filha da chuva, que estava magra e com longos cabelos, por lá haver permanecido muito tempo.
A jovem foi retirada e alimentada, e teve seus cabelos aparados. Ao ser indagada, a filha da chuva explicou por que viera, entregando-lhes as sementes enviadas por seu pai e deixando a todos muito felizes. O jovem que encontrou a cabaça casou-se com a moça, passando esta a morar novamente na terra. Com o tempo, resolveu visitar os pais. Pediu ao esposo vergasse um pé de Pindaíba, trazendo a copa até o chão. Sentou-se sobre ela e, ao soltarem a árvore, a índia foi lançada ao céu. Ao retornar, trouxe consigo toda a família e cestos repletos de bananas e outros frutos silvestres. Begorotire ensinou a todos como cultivar as sementes e cuidar das roças, regressando depois ao seu novo lar. Ate hoje, quando as plantas necessitam de água, o homem chuva provoca trovões, fazendo-a cair sobre as roças para mantê-las sempre verdes e fartas.

O Negrinho do Pastoreio
É uma lenda meio africana meio cristã. Muito contada no final do século passado pelos brasileiros que defendiam o fim da escravidão. É muito popular no sul do Brasil.
Nos tempos da escravidão, havia um estancieiro malvado com negros e peões. Num dia de inverno, fazia frio de rachar e o fazendeiro mandou que um menino negro de quatorze anos fosse pastorear cavalos e potros recém-comprados. No final do tarde, quando o menino voltou, o estancieiro disse que faltava um cavalo baio. Pegou o chicote e deu uma surra tão grande no menino que ele ficou sangrando. ‘‘Você vai me dar conta do baio, ou verá o que acontece’’, disse o malvado patrão. Aflito, ele foi à procura do animal. Em pouco tempo, achou ele pastando. Laçou-o, mas a corda se partiu e o cavalo fugiu de novo.
Na volta à estância, o patrão, ainda mais irritado, espancou o garoto e o amarrou, nu, sobre um formigueiro. No dia seguinte, quando ele foi ver o estado de sua vítima, tomou um susto. O menino estava lá, mas de pé, com a pele lisa, sem nenhuma marca das chicotadas. Ao lado dele, a Virgem Nossa Senhora, e mais adiante o baio e os outros cavalos. O estancieiro se jogou no chão pedindo perdão, mas o negrinho nada respondeu. Apenas beijou a mão da Santa, montou no baio e partiu conduzindo a tropilha

O Saci Pererê
A Lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil é origem Tupi Guarani. Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno.
É uma criança, um negrinho de uma perna só que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Existem 3 tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, O Trique, moreno e brincalhão e o Saçurá, que tem olhos vermelhos. Ele também se transforma numa ave chamada Matiaperê cujo assobio melancólico dificilmente se sabe de onde vem.
Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele não atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele, deve jogar cordas com nós em sem caminho que ele vai parar para desatar os nós, deixando que a pessoa fuja.
Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira, pode capturá-lo, e se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo.Nomes comuns: Saci-Cererê, Saci-Trique, Saçurá, Matimpererê, Matintaperera, etc.
Origem Provável: Os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando do Século XIX, em Minas e São Paulo , mas em Portugal há relatos de uma entidade semelhante. Este mito não existia no Brasil Colonial.
Entre os Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a se chamar Saci-pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho preto de uma só perna, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas.
Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações: Por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros dizem que ele faz isso com uma moeda. Há uma versão que diz que o Caipora, é seu Pai.
Dizem também que ele, na verdade eles, um bando de Sacis, costumam se reunir à noite para planejarem as travessuras que vão fazer.
Ele tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave.

LENDAS 2

A Lenda da Vitória Régia

Havia uma jovem índia que apreciava muito as estrelas e queria se transformar
em uma delas. Ela acreditava que, para se tornar estrela, precisava ter contato com a lua.
Então, um belo dia, caminhou em direção aos picos das colinas.
Ao cair da noite, a lua surgiu com todo o seu esplendor, acompanhada de estrelas radiantes. A jovem índia, buscando tocar a lua, que refletida no lago naquele momento, se desequilibrou, caiu e desapareceu nas águas.
A lua, ao ver o que acontecera, ficou com pena da bonita jovem e resolveu, então, transformá-la em uma flor - Vitória-Régia, a estrela das águas, tão linda quanto as estrelas do céu e com um perfume inconfundível.
A Lenda da Mandioca
Mani era o nome de uma indiazinha de pele branca como o luar, que nasceu para um casal de índios tupis. Era muito mimosa e boazinha, mas nada comia. Por isso, foi definhando até que morreu, silenciosamente, em sua pequenina rede. Seus pais, arrasados, fizeram seu túmulo no interior da própria oca onde moravam.
Regada a terra com lágrimas dos pais desolados e com a água pura de uma fonte próxima, eis que uma nova planta germina, rachando a terra com suas grossas raízes. Examinando-as, os índios logo perceberam que por baixo de uma delgada casca, essas raízes eram brancas como a pele da menininha morta e forneciam alimento raro e saudável que tornava os curumins que as comiam mais fortes e belos que os da outras tribos.
A planta, que hoje é o principal alimento dos índios, começou a ser chamada de manioca... até mandioca.
A Lenda do Guaraná
Na tribo dos Maués, um lindo e bondoso curumim foi atacado na mata por Juruapari, espírito do mal que, assumindo a forma de uma serpente peçonhenta, o picou e matou. Tupã, o Deus supremo dos indígenas, vingou-se do espírito mau regando com suas chuvas o túmulo do indiozinho. Dali, germinou uma planta benéfica, cujos frutos se assemelhavam aos olhos grandes da criança desaparecida. Era o guaraná, que, a partir de então, passou a trazer saúde e felicidade para a tribo
A Lenda do Boto

Existem dois tipos de botos na Amazonia, o rosado e o preto, sendo cada um de diferente espécie com diferentes hábitos e envolvidos em diferentes tradições. Viajando ao longo dos rios é comum ver um boto mergulhando ou ondulando as águas a distância. Se diz que o boto preto ou tucuxi é amigável e ajuda a salvar as pessoas de afogamentos, mas dizem que o rosado é perigoso. Sendo de visão ineficiente, os botos possuem um sofisticado sistema sonar que os ajuda a navegar nas águas barrentas do Rio Amazonas. Depois do homem eles são os maiores predadores de peixes. A lenda do boto é mais uma crença que o povo costumava lembrar ou dizer como piada quando uma moça encontrava um novo namorado nas festas de junho. É tradição junina do povo da Amazônia festejar os Dias de Santo Antonio, São João e São Pedro. Em estas noites se fazem fogueiras e se queima foguetes enquanto se desfruta de comidas típicas e se dança quadrilhas e outras danças ao som alegre das sanfonas. As lendas contam que em estas noites, quando as pessoas estão distraídas celebrando, o boto rosado aparece transformado em um bonito e elegante rapaz, mas sempre usando um chapéu, porque sua transformação nao é completa, pois suas narinas se encontram no topo de sua cabeça fazendo um buraco. Como um cavalheiro, ele conquista e encanta a primeira jovem bonita que ele encontra e a leva para o fundo do rio, engravidando-a e nunca mais voltando para vê-la. Durante estas festividades, quando um homem aparece usando um chapéu, as pessoas pedem para que ele o retire para que não pensem que ele é um boto. E quando uma jovem engravida e não se sabe quem é o pai, é comum dizerem ser 'do boto'.

Trava-língua

Trava-línguas é uma brincadeira muito popular no nordeste brasileiro. Consiste-se num jogo de palavras que resulta numa frase onde a pronúncia é super difícil Ao tentar dizer a palavra r'pidamente, a língua enrola e o resultado é sempre engraçado. Aqui, alguns exemplos de trava língua:
"Três tigres tristes no trigal comendo trigo"
"Num ninho de mafagafos,tem cinco mafagafinhos, quem desmafagafizar os mafagafos,bom desmafagafizador será."
"Num jarro há uma aranha.Tanto a aranha arranha o jarrocomo o jarro arranha a aranha.Se a aranha arranha a rã,se a rã arranha a aranha,como a aranha arranha a rã?Como a rã arranha a aranha?"
"O padre Pedro tem um prato de prata, o prato de prata não é de Pedro."
"Una, duna, tena quetena, bico de pena, carapina, carapau, conta bem que são dez.
"Embaixo da pia tem um pinto que pia,quanto mais a pia pinga mais o pinto pia!"

Veja a Pagina de RUTH ROCHA

http://www2.uol.com.br/ruthrocha/home.htm